A primeira vez que depositei um cheque virtualmente, pelo celular, sentado confortavelmente no sofá de casa, e o crédito foi feito na
minha conta, mesmo ciente da segurança da transação eletrônica a
sensação de um mundo novo foi inacreditavelmente assustadora.
Cheques estão em desuso, não lembro a última vez em que emiti um.
E o que dizer da democratização trazida pelo PIX?
Falar é o que menos fazemos ao telefone. Parece que smartphones foram
incorporados à cabeça, tronco e membros como parte indissociável do
corpo humano.
Paula Bellizia, presidente da Microsoft do Brasil, em
recente entrevista à Veja, disse que “cerca de 70% das crianças
trabalharão em profissões que ainda não existem”.
Se nada será como antes então temos que nos preparar para essas grandes transformações que mexem com nossas vidas e carreiras.
Projeções realizadas por agências da ONU indicam que em vinte anos 47%
dos empregos atuais desaparecerão.
Que novas qualificações serão
necessárias?
Como ficarão aqueles que não conseguirem essas mesmas
qualificações para inserção em empregos?
A automação e a robotização geram riscos de extinção dos atuais empregos?
Temos que nos familiarizar com novos termos daqui para a frente: Enquanto a Inteligência artificial aprende continuamente com o
usuário, incluindo novos colaboradores, a realidade virtual e
aumentada projeta imagens em tempo real, incluindo objetos, emoções e
sensações que não estão fisicamente ali; a Big Data disponibiliza
informações articuladas em rede nos bancos de dados das nuvens.
A única grande constante da história é que tudo muda, mas tememos
mudanças com receio do desconhecido.
Em “Homo Deus – Uma breve história do amanhã”, Yuval Noah Harari nos mostra como “as carreiras serão muito mais longas e será preciso se reinventar de novo, mesmo aos noventa anos.
O desafio é grande, podemos saber como a economia funcionou no passado, porém, não conseguimos mais entender claramente como está funcionando no presente e muito menos no futuro.
A sigla VICA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo) é a face do novo
mundo.
Ficar atento a mudanças, adaptando-se a elas, como ensinava
Darwin, sempre foi e será uma forma de sobrevivência.
Algumas habilidades e competências são necessárias mais que nunca.
Investir no autoconhecimento e saber quais são os seus talentos (aquilo que você
faz e os outros acham que você faz melhor do que outros); focar no seu
propósito, aquele que você persegue; e não se identificar com o
produto, mas com os benefícios que ele gera, são convites da VICA.
Quem sou eu?
Em meio a tanta tecnologia e transformações temos que responder constantemente a essa pergunta, atual e necessária.
Na busca de novas carreiras no mundo em transformação ter que desaprender para reaprender é humano.
“Ninguém é igual a ninguém, todo ser humano é um estranho
ímpar” (Carlos Drummond de Andrade)
Mas somos todos interdependentes…